Análise: Números de Romi e WEG mostram avanço dos custos sobre resultados

Valor – O que fica claro nas primeiras linhas da demonstração de resultados de ambas é um aumento de vendas com avanço proporcionalmente maior de custos, o que resultou em lucros menores

Duas representantes da indústria deram uma amostra de quais serão os temas principais da temporada de balanços do segundo trimestre. Não há surpresas: custos, custos, custos.

A fabricante de máquinas e equipamentos Romi divulgou ontem os primeiros números da safra, que acontece num ambiente de inflação e juros altos ao redor do mundo, e foi seguida pela fabricante de motores elétricos WEG na manhã desta quarta-feira.

As duas companhias têm operações no exterior, o que faz delas também um bom radar para a atividade em mercados dos EUA, Europa e Ásia.

O que fica claro nas primeiras linhas da demonstração de resultados de ambas é um aumento de vendas — mais uma vez para patamares recordes em termos nominais — com avanço proporcionalmente maior de custos, o que resultou em lucros menores — bruto, operacional e líquido.

O movimento é similar nas duas. A receita operacional da Romi cresceu 5,9% trimestre a trimestre, mas os custos de bens e serviços vendidos foram 12,9% maiores. O resultado é um lucro bruto 8,6% menor e uma margem bruta — indicador que mostra a relação entre lucro bruto e receita — de 28,2%, comparada a 32,7% no mesmo trimestre do ano passado. assim, segundo dados do Valor Empresas, o índice ainda é maior que os trimestres de 2020 e 2019.

Em teleconferência com investidores nesta manhã, a empresa disse que o câmbio, principalmente a valorização do euro, ajudou a pressionar os custos, já que a Romi tem uma subsidiária na Alemanha. A expectativa é um alívio nos próximos trimestres com a entrega de máquinas encomendadas.

No release de resultados, a empresa destacou o aumento da carteira e da entrada de pedidos.

No caso da WEG, a receita cresceu 25% e os custos, 30%, o que levou a uma margem bruta de 27,4%, comparada a 30,4% no trimestre e 2021 — a menor da série compilada pelo Valor Empresas desde o segundo trimestre de 2011.

A margem operacional, que considera também as despesas gerais e administrativas, caiu de 22% — o melhor indicador desde 2011 — para 15,6% no período, que ainda assim é o segundo maior na comparação trimestral desde 2011.

No balanço divulgado hoje, a empresa informa que aumentos nos custos das principais matérias-primas, especialmente aço e cobre, alteração no mix de produtos e aumento dos custos com energia e frete “foram os principais fatores que contribuíram para a redução das margens”.

Foto: captura de tela Valor

Fonte: Valor (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/07/20/analise-numeros-de-romi-e-weg-mostram-avanco-dos-custos-sobre-resultados.ghtml)

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