G1 Vale do Paraíba e Região – Funcionários estão em greve e parte deles foi demitida por telegrama no início de junho, o que é proibido por lei nesta situação. Paralisação teve início após atraso no pagamento dos salários.
A Justiça do Trabalho suspendeu as demissões de trabalhadores feitas pela MWL, em Caçapava (SP). No início de junho, a empresa, que produz rodas e eixos para o setor ferroviário e está em recuperação judicial, demitiu funcionários por telegrama em meio a uma greve por atraso nos salários.
Na decisão liminar, o desembargador Lorival Ferreira dos Santos, do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (TRT-15), ressaltou que a empresa não poderia por lei ter demitido trabalhadores em greve e também teria que ter tentado uma negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos antes de realizar um corte em massa.
A liminar é válida até que a Justiça do Trabalho decida sobre o Dissídio Coletivo de Greve. O g1 tenta contato com a MWL.
O Sindicato dos Metalúrgicos realiza nesta segunda-feira (20) uma assembleia às 10h na fábrica para detalhar a suspensão das demissões e falar sobre a situação dos trabalhadores.
Histórico
Devido ao atraso no pagamento dos salários, funcionários entraram em greve no dia 6 de maio. Exatamente um mês depois, a MWL passou a demitir trabalhadores por meio de telegramas comunicando o desligamento.
O Sindicato dos Metalúrgicos estima que ao menos 60 demissões foram feitas desta forma. O texto do comunicado enviado aos trabalhadores informava o desligamento por abandono de emprego.
Segundo a entidade sindical, a MWL tem cerca de 240 funcionários na planta de Caçapava.
Ocupação
No dia 3 de junho, cerca de 120 metalúrgicos da MWL ocuparam a fábrica da empresa por duas horas em protesto contra a falta de pagamento dos salários. A Polícia Militar foi acionada e acompanhou a manifestação.
Recuperação judicial
A MWL produz rodas e eixos para o setor ferroviário e está em recuperação judicial. Segundo o sindicato, a empresa se comprometeu a pagar os salários atrasados durante audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas descontou os 25 dias de paralisação, o que levou à continuidade da greve.
O sindicato relata ainda que empresa atrasa salários e FGTS e submete os trabalhadores a condições insalubres. Desde o início da greve a empresa é procurada pelo g1, mas não retorna os contatos da reportagem.
Fonte: G1 Vale do Paraíba e região (https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2022/06/19/justica-do-trabalho-suspende-demissoes-na-mwl-em-cacapava-sp.ghtml)
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