Outros materiais usados nas fábricas também vêm atrapalhando o setor de máquinas agrícolas.
A escassez de componentes eletrônicos e de outros materiais usados nas fábricas vem atrapalhando o setor de máquinas agrícolas. Esse é um dos efeitos da crise geral de abastecimento no mundo e, como consequência, a indústria está demorando para fazer as entregas aos produtores rurais.
O agricultor Waldir José Godinho investiu em um trator com cabine, que trouxe um ar de modernidade à vida no campo. O investimento pretendia deixar tudo mais ágil e aumentar a produtividade, além de garantir um pouco mais de conforto. Com a cabine fechada, enfrentar o sol, chuva e frio fica menos complicado. A máquina vai ajudar a tocar os diferentes plantios ao longo do ano.
Apesar da grande ajuda trazida pela máquina, da compra até a sua entrega, dois meses se passaram. Assim como Waldir, muitos outros produtores tiveram que aguardar para que a máquina chegasse ao campo. E ainda tem gente na fila de espera.
O mercado de máquinas agrícolas está em alta. Entre janeiro e setembro, o faturamento aumentou quase 50% comparando com o mesmo período no ano passado. Apesar da demanda, o estoque não é suficiente por conta da falta de componentes eletrônicos necessários para fabricação das máquinas.
Há duas explicações para esta situação: uma é o bom momento do agronegócio, a outra é o efeito da crise global de abastecimento. Caso contrário, a venda de máquinas agrícolas poderia terminar 2021 com um faturamento ainda maior do que o esperado, de R$ 38 bilhões.
Produtores enfrentam fila para receber máquinas agrícolas novas
No ano passado, 42 mil máquinas agrícolas foram produzidas no Brasil, a menor produção dos últimos seis anos, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores. Em Piedade (SP), os interessados em máquinas com menos de 100 cavalos esperam de 60 a 90 dias para receber a compra.
Já para máquinas de grãos, por exemplo, com mais de 100 cavalos, a entrega está programara para fevereiro. É um problema que, em algumas regiões, apareceu até mesmo antes do desequilíbrio entre oferta e demanda por componentes para a fabricação das máquinas e equipamentos.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, nos últimos meses faltaram também aço, pneus, resinas e materiais plásticos, entre outros produtos. O suprimento de componentes eletrônicos só deve voltar ao normal no segundo semestre de 2022.
Em uma fábrica em Sorocaba (SP), a falta de componentes para a chamada “linha amarela” fez surgir uma fila de espera que já chega a quatro meses. Todas as máquinas que estão sendo montadas e as prontas já foram vendidas. São 40 modelos, como retroescavadeiras, escavadeiras e manipulador telescópio. O que é produzido no local abastece o mercado em toda a América Latina.
O que vem ocorrendo neste setor se repete em outras áreas da indústria, não apenas a de máquinas agrícolas e automotivas. Mas, apesar de todas as dificuldades, o tom é de otimismo e de crescimento.
Fonte: Nosso Campo / Tv Tem ( https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/nosso-campo/noticia/2021/11/21/produtores-enfrentam-fila-para-receber-maquinas-agricolas-novas.ghtml)
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