Diário do Comércio – A projeção de vendas de máquinas agrícolas para 2023 aponta para uma redução de 3,5% em relação ao ano passado, mas, se o cenário se confirmar, será bom para o setor. A avaliação é do executivo Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland para a América Latina.
No cargo desde fevereiro, Kerbauy avalia ainda que o receio de parte do agronegócio com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ele qualifica como natural, deve diminuir com o passar do tempo e não impactará as vendas do setor. Ele afirmou ainda que a falta de componentes para as máquinas, problema recorrente na pandemia, foi parcialmente resolvido, o que fez cair o tempo de espera dos fazendeiros por determinados modelos de produtos.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projetou vendas de 65 mil máquinas neste ano ante as 67.385 comercializadas em 2022 -crescimento de 19,4% em relação às 56.418 unidades vendidas em 2021.
“Se for -3% ou 0%, naquela faixa ali, o que foi o ano passado? Foi um ano muito bom. A variação que tem em relação ao ano passado é pouca, essa é a leitura que eu faço. E o ano passado foi interessante”, disse o executivo.
De acordo com ele, na parte agronômica não há dúvidas sobre como será o ano, com preocupações climáticas envolvendo Argentina, Uruguai e parte do Rio Grande do Sul e com previsão de safra recorde no país. “Na parte agronômica, no Brasil como um todo, a gente espera uma safra recorde, com preços bem interessantes. Aí depois tem a conjuntura.
Independentemente de viés, de tudo, é natural quando tem uma mudança ali no governo de você esperar. Acho que pouco a pouco a safra vai se consolidando, vai começando a chegar a colheita e a agricultura vai vendo ali que a função dela é produzir”, disse.
Por isso, em sua avaliação, as projeções de longo prazo não mudam e o receio dos produtores rurais se deve também à política de financiamentos agrícolas que serão lançados pelo governo: “Pode ter algum receio, ‘poxa, será que vai aparecer alguma linha de financiamento específica’, ‘será que vai ter um reforço em alguma linha de financiamento’, ‘será que é melhor eu esperar para ver se vai ter investimento, foco, no pequeno ou no grande?’. O que a gente acredita é que no médio prazo, no final do ano, a gente vai estar parando ali nos mesmos lugares. A grande pergunta é ‘quando você esquece que tem um novo governo?’. À medida que vai colhendo, vai esquecendo e vida que segue.”
Com relação à falta de componentes no mercado registrada em todo o setor durante a pandemia de Covid-19, foi parcialmente resolvida com redução da fila de espera – ainda existente – por máquinas. “Hoje, você encontra muita máquina disponível na rede concessionária já, a pronta entrega, a maioria. Aquelas que você precisa de algumas especificidades maiores, diria ter de um a quatro meses de espera. Na pandemia, é difícil precisar, mas você tinha, dependendo a linha de produto, até seis, sete, oito meses. Então, você vai diminuindo aos poucos”, concluiu o executivo da New Holland. (Marcelo Toledo)
Fonte: Diário do Comércio (https://diariodocomercio.com.br/agronegocio/projecao-de-vendas-de-maquinas-agricolas-aponta-para-queda-de-35/)
Compartilhe nas Redes Sociais: