Agronegócio e construção civil puxam venda de implementos

Setores responderam por 77% dos emplacamentos até julho

Mais um ano de forte desempenho do agronegócio e a consistente recuperação da construção civil em 2021 estão garantindo o crescimento dos fabricantes de implementos rodoviários. O setor acumula até julho alta de 48,65% na entrega de produtos.

Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), entre janeiro e julho foram emplacadas 91.943 unidades, sendo 53.103 da linha pesada (reboques e semirreboques) e 38.642 no segmento de leves. O agronegócio e a construção civil foram responsáveis por 77% do volume total.

No mesmo período do ano passado foram entregues 61.850 implementos, sendo 27.914 da linha leve e 33.936 de pesados. Esse resultado foi impactado pela redução da produção no início da pandemia, entre o fim de março e meados de maio. Com a volta da operação das fábricas após a implantação dos protocolos sanitários, o setor apresentou forte recuperação no segundo semestre. Por isso, existe a expectativa de que o setor feche o ano com crescimento inferior ao atual nível de quase 50%.

“Os dois setores [agronegócio e construção civil] estão suportando nossa recuperação enquanto a economia retoma seu curso normal”, informou José Carlos Spricigo, presidente da Anfir em nota. O segmento de pesados cresceu 57,06% no acumulado do ano. Já a linha leve apresenta alta de 38,43%. Das 67.442 unidades entregues aos dois grandes clientes, 51.860 foram atender o agronegócio e 15.582 para as incorporadoras.

Em meio ao bom momento de encomendas e entregas, o setor também enfrenta os problemas de falta de peças e alta nos custos. Como em outros setores da indústria, os fabricantes se queixam dos reajustes do aço, alumínio, plástico e borracha. A estratégia de muitas empresas foi reduzir o tempo médio da carteira de encomendas e evitar o descasamento entre o preço fechado na venda e o custo real do produto ao fim da montagem.

Um dos principais gargalos do setor neste ano foi o fornecimento de pneus. Por lei, o implemento rodoviário da linha pesada só pode ser entregue rodando, então sem pneus o produto pode ficar pronto e parado no pátio da indústria. Para contornar a falta de pneus alguns fabricantes recorreram à importação, mesmo com o dólar valorizado. A Rodofort, por exemplo, trouxe pneus da Índia no primeiro semestre.

Em julho a Anfir e a Anip (que representa os fabricantes de pneus) se reuniram para acertar uma previsão de demanda. A expectativa é que a indústria de implementos vai precisar de aproximadamente 400 mil pneus para atender a necessidade de equipar os produtos da linha pesada até o fim do ano. Para 2022, a Anfir prevê que a indústria precisará de 800 mil unidades.

No mercado externo o setor continua se recuperando em relação a 2020, mas ainda sobre uma base de comparação anual muito pequena. No acumulado até junho deste ano, último dado divulgado pela Anfir, foram embarcados 2.192 implementos. A alta de 161,89% é calculada sobre um volume de apenas 837 produtos exportados no ano passado no mesmo período.

Foto: Reprodução Valor Econômico

Fonte: Valor Econômico (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/08/10/agronegocio-e-construcao-civil-puxam-venda-de-implementos.ghtml)

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